
“Nada se explica
Nem um instante
Mesmo tão perto
Distante”
O meu mundo não é como o dos outros. Quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesmo compreendo. Com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se sente distante apesar de tão perto. Traço rabiscos da vida ordinária em busca de uma constante aproximação, e às vezes me aproximo de ordinárias pessoas. Pessoas abstratas, pessoas que mesmo tão perto se fazem distantes. Os dedos entrelaçados, o abraço apertado, os lábios que ardentemente se tocam e, o pensamento vagando por entre becos escuros e desertos futuros. Estar perto de corpo e alma às vezes demanda tempo, um tempo que subentendemos que será preenchido por ladainhas e então preferimos encher os bares e ao invés de corpo e alma teremos copo e arma. Felizes os que escolhem o crime de burlar e desafiar quaisquer leis criadas para nos impedir de celebrar a nossa existência, de celebrar a amizade sincera e o amor. Felizes os que mesmo distante, tão perto...

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