
Van Gogh é considerado um dos principais representantes da pintura mundial. Certa vez Van Gogh convidou um amigo, que também pintava divinamente e mostrou-lhe seus quadros e perguntou-lhe: "O que acha das minhas pinturas?". O amigo olhou os quadros expostos e disse a Van Gogh: "São horríveis! Você pinta muito rápido!". Van Gogh, inconformado e sentindo-se injustiçado disse ao amigo: "Não sou eu que pinto rápido demais amigo. É você que olha rápido demais!".
Assim é nosso dia a dia... Assim é a sua, a minha, a nossa vida... As pessoas se olham rapidamente, quando se olham. Acordamos, sentamos a mesa, tomamos café e, quando muito um "bom dia" muito rapidamente é resmungado! Já saímos de casa as pressas, atrasado, estressado, alienados ao tempo. Passamos na banca de jornal, a mesma banca que há anos compramos o mesmo jornal e, se nos perguntarem quem nos vendeu o jornal, responderemos que foi o João ou o Zé, mas quem é João e quem é Zé? Não sei! Eu não sei e você que também compra diariamente o mesmo jornal que eu, na mesma banca, não saberá! O mesmo ônibus, o mesmo motorista e o mesmo trocador. Há anos tomamos aquele ônibus para chegar ao trabalho e o máximo que sabemos é o valor da passagem. No trabalho, sim senhor, não senhor, pois não e, que chefe chato, que telefonista mala! No trabalho a máxima atenção que se da é ao crachá pendurado no bolso da camisa de uniforme, ali você encontra as informações que acha necessária - nome e função.
Já dizia Mário Quintana:
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já se passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado..."
Eu estou me acompanhando há um tempo. Desde a hora que acordo até a hora que durmo. As pessoas me vêem esporadicamente, pudera alguém chegar bem perto... As pessoas se olham rapidamente, superficialmente. Não se permitem. Não veem que o tempo voa, que escorre pelas mãos e que mesmo sem se sentir, não há tempo que volte (amor)...
E sabiamente Mário Quintana conclui:
"...Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas. Desta forma, eu digo: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo;
a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais".
Esse dia não lhe será dado amanhã. Esse dia lhe é dado hoje! Faça valer a oportunidade. Olhe com mais cautela para as pessoas que te cercam. Ame mais, leia mais, faça mais amigos, se divirta mais, pergunte ao cara da banca, ao motorista e ao trocador do ônibus se eles precisam de alguma coisa (as vezes uma palavra vai fazer com que um deles ganhe o dia). Pois, vamos viver tudo que há pra viver... vamos nos permitir...
O estado psicológico de Van Gogh chegou a refletir em suas obras. No ano de 1889, sua doença ficou mais grave e teve que ser internado numa clínica psiquiátrica. Nesta clínica, dentro de um mosteiro, havia um belo jardim que passou a ser sua fonte de inspiração. As pinceladas foram deixadas de lado e as curvas em espiral começaram a aparecer em suas telas.

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