
"Queria, sim, queria olhar para você e não precisar escrever nada, pensar em você como página branca mais bonita. Queria um texto branco para ninar meu pavor de continuar com essas perguntas vazias e essa adolescente insubordinação." (Leo Marona)
Fernando Pessoa disse que ser poeta não era sua ambição, mas sua maneira de estar sozinho. Pode ser esse o motivo porque escrevo. Escrevo para espantar a solidão de meus pensamentos... Queria olhar para aquela flor e não precisar escrever que ela está desabrochando para morrer, queria olhar para você e não precisar escrever nada. Mas assim como o estudante precisa estudar, o cantor precisa cantar e o assassino precisa de uma arma, eu preciso escrever. Escrever sobre sobriedade e embriaguês, amor e ódio, felicidade e tristeza, paz de espírito e angústia. Escrever sinônimos e antônimos e quem sabe assim descrever você. Queria eu, ao invés de escrever, poder apagar. Apagar todo ódio, toda tristeza e toda angústia que me consome e se escrever se torna inevitável a minha subsistência espiritual, queria eu um texto branco.

Um comentário:
"cada um lê com os olhos que tem. E interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender o que alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isto faz da leitura sempre um releitura. [...] Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor." - Leonardo Boff
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