sábado, 13 de dezembro de 2008

protagonista de si mesmo...

Em um filme autobiográfico ele vive a história de um sobrevivente no tempo. O amor é sentimento protagonista de si mesmo, pois nenhuma outra disposição afetiva teria a capacidade para interpretar seu papel à altura. Interpretar o amor, eis a questão! Como interpretar um querer você, por vários motivos que não fazem sentido nem para mim? Às vezes me pergunto se já amei (?), mas a resposta é sempre outra pergunta: o que é o amor? Cazuza dizia que “o amor é o ridículo da vida e, que a gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo, indo embora, como borboletas que só vivem 24 horas...”. Dos amores humanos, o menos egoísta, o mais puro e desinteressado é o amor da amizade. Esse sim eu tenho experimentado diariamente! Vivo fazendo amigos, fato! E, meus amigos são todos assim, metade loucura, metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila; tem que ter o brilho questionador e tonalidade inquietante. Preciso deles pra saber quem eu sou, pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca esquecerei que a normalidade é uma ilusão. E quem sabe o amor também não passe de uma ilusão (?) Mas não é desse amor que estou falando, não do amor da amizade, mas sim daquele que apesar de um pouco mais egoísta, bem menos puro e às vezes interessado, tem me inquietado. Não que eu esteja inquieto por estar amando, pelo contrário; é sim por não saber se já amei, se estou amando, se vou amar e até mesmo se o amor existe! O que acontece é que sou talvez a visão que alguém sonhou, alguém que veio ao mundo para me ver e que nunca na vida me encontrou. E se não me encontrou, não pôde me amar... Mas e a visão dos sonhos que sonhei? Eu também sou alguém que veio ao mundo pra ver um outro alguém – com o perdão da redundância – e que até agora não encontrei, ou será que encontrei (?) Então é isso! O amor é sentimento protagonista de si mesmo, mas ele encarna em personagens – Eu & Você – nos fazendo de protagonistas-vítimas vivenciando um show de marionetes num teatro sádico, todos encenando papéis com traições à beça, cada qual intérprete de sua própria história, de sua história de amor...

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