quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

aos meus amigos virtuais

“É... meu computador
Apagou minha memória
Meus textos da madrugada
Tudo o que eu já salvei
E o tanto que eu vou salvar
Das conversas sem pressa
Das mais bonitas mentiras
Hoje eu não vivo só...”



Eu vivo a fazer amigos. Tenho amigos de toda espécie e pra todos os gostos. Amigos velhos, novos, bonitos, feios, gordos, magros, brancos, pretos, homens, mulheres, gays, prostitutas, padres, freiras, estudantes, analfabetos, loucos, alcoólatras, viciados, até amigos virtuais eu tenho! E são esses últimos que me “preocupam” – os virtuais. Preocupo-me com a contra mão da hipótese de conhecê-los, isto é, com a hipótese de não conhecê-los. A evolução tecnológica as vezes me assusta. O fax até hoje me impressiona! Antigamente pombo correio, hoje correio eletrônico e amanhã? Amanhã eu quero encontra-me com a pessoa que está sentada do outro lado (do mundo) a conversar comigo, isso é, se der tempo, por isso me preocupo, porque estamos alienados ao Sr. Dia com 24 horas. Se eu contar para você – que lê este texto agora – que dentre vários amigos virtuais, tenho uma amiga que mora na mesma cidade que eu e há três anos conversamos diariamente e até hoje não nos conhecemos pessoalmente, você acredita? E o pior, descobri que ela trabalha no mesmo prédio em que funciona meu escritório, poucos andares acima da sala de onde estou a escrever este texto, e como se não bastasse, escrevo este texto ao mesmo tempo em que converso com ela no Sr. Messenger, vulgo, MSN. Eu sinceramente fico “passado” com tamanha alienação à internet, na qual me vejo nesse exato momento. Porque não sair da minha sala, tomar o elevador, subir poucos andares e dizer um “oi” pessoalmente!? Confesso que não encontro resposta plausível. Não que seja ruim conversar com meus amigos pela internet, pelo contrário, adoro internet; sou fã do Google, do MSN, do Orkut, enfim. Mas não podemos nos privar da convivência pessoal, de olhar nos olhos e não na webcam. Os históricos da memória do meu computador podem ser apagados – um vírus quem sabe (?) mas as histórias que vivi e viverei com meus amigos, essas farão parte de meus memoráveis anos de vida...

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