quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009, mais um passo...

"Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...”


Digamos que eu tenha mais de dois mil e oito motivos para dizer que o ano de 2008 valeu à pena! Digamos que o ano de 2008 veio fechar uma avalanche de coisas boas que tenho conquistado desde meados de 2006. Não que anos anteriores a 2006 tenham sido ruins, pelo contrário, talvez tenha sido entre 2000 e 2006 os melhores anos de minha vida, anos universitários. Mas como eu já dizia, desde meados de 2006 tenho conquistado novos amigos, novos amores, pós-graduação, ascensão profissional, evolução espiritual, enfim, novas poesias... Eu amei mais, chorei mais, errei mais, fiz mais o que eu queria fazer, compliquei menos, talvez tenha até trabalhado mais, mas estressei menos e consequentemente me importei menos com problemas pequenos, virei noites e por várias vezes vi o sol nascer enquanto tentava escrever poesias – pra dizer coisas com ou sem sentido. E, foi quando estava exatamente escrevendo essa linha, sem saber o que escreveria na próxima – se é que teria próxima linha, talvez terminasse desejando apenas um feliz 2009 – que a campainha tocou! Quando atendi a porta fui abordado pelas palavras de um velho andarilho que há muito tempo – vez ou outra – toca a campainha aqui de casa, a quem apelidamos de “velho do leite” (eu explico: sempre que ele aparece, damos a ele um litro de leite; mesmo que leve outra coisa, o velho andarilho não dispensa o leite); antes que eu dissesse pra ele aguardar que ia até a cozinha pra buscar o leite ele disse: “você pode apertar a mão de um velho e pobre andarilho que hoje veio desejar-lhe que o ano de 2009 seja o melhor de sua vida até que chegue o próximo ano”. O forte aperto de mãos seguiu-se de alguns minutos de conversa até que pela última vez neste ano nos despedíssemos e o velho andarilho voltasse a caminhar até encontrar qualquer curva, de qualquer destino, que desfaça o curso de qualquer certeza que possamos ter no velho ano novo. Certezas talvez não tenhamos, mas somos livres para desejar, para conjugar os verbos nos tempos que quisermos, para encenar as cenas de nosso teatro mágico de cada dia e para escrever e viver poesias desprovidas de preconceitos e pecados. E, se conjugarmos, encenarmos e escrevermos com amor e desejo, certamente teremos dias melhores pra sempre. Eu? Eu desejo mais amor e mais paixão, mais flores, menos comprimidos e menos depressão, desejo paz, paz de espírito, mais pão de queijo com café, desejo receber mais amigos na cozinha da minha humilde casa, mais conversa fiada, mais uma dose, desejo saudade recheada de boas lembranças e porres recheados de nostalgia das besteiras que fiz ontem, mais noites em claro, mais silêncio, mais música (de qualidade), desejo mais cultura, mais livros pra ler, mais política-social e menos miséria, menos catástrofes, mais justiça, enfim, desejo que cada ano seja um passo para a evolução dos seres humanos.

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