quarta-feira, 25 de março de 2009



...dias nublados
dias dublados...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Café do poeta!

Negro como a noite
Forte como a paixão
Quente como o desejo
Doce como o amor

quarta-feira, 18 de março de 2009

Um andarilho... um poeta...

Noite me sugere falta de sobriedade
Em meio a uma embriagues macabra
Vejo-me tomado por um espírito andarilho
Meu subconsciente em luto ressoa minhas vontades
Minha visão turva faz com que as vozes se embaralharem
Ouvi gritos, gritos de um homem
Que sobre o banco da praça falava a verdade
Mas ninguém se importava
Pensaram que o álcool lhe provocara delírios
Pobre andarilho bêbado amante da poesia
Com os órgãos ressecados
Com uma ressaca fraternal
Segurando uma garrafa de vinho e
Entre os dedos um cigarro barato
Acordei deitado no banco da praça

Um texto branco.



"Queria, sim, queria olhar para você e não precisar escrever nada, pensar em você como página branca mais bonita. Queria um texto branco para ninar meu pavor de continuar com essas perguntas vazias e essa adolescente insubordinação." (Leo Marona)

Fernando Pessoa disse que ser poeta não era sua ambição, mas sua maneira de estar sozinho. Pode ser esse o motivo porque escrevo. Escrevo para espantar a solidão de meus pensamentos... Queria olhar para aquela flor e não precisar escrever que ela está desabrochando para morrer, queria olhar para você e não precisar escrever nada. Mas assim como o estudante precisa estudar, o cantor precisa cantar e o assassino precisa de uma arma, eu preciso escrever. Escrever sobre sobriedade e embriaguês, amor e ódio, felicidade e tristeza, paz de espírito e angústia. Escrever sinônimos e antônimos e quem sabe assim descrever você. Queria eu, ao invés de escrever, poder apagar. Apagar todo ódio, toda tristeza e toda angústia que me consome e se escrever se torna inevitável a minha subsistência espiritual, queria eu um texto branco.

terça-feira, 17 de março de 2009

“Que o teu afeto me afetou é fato...”

Afeto (affectus ou adfectus em latim) um conceito filosófico o qual designa um estado da alma, um sentimento. Um afeto é uma mudança ou modificação que ocorre simultaneamente no corpo e na mente. Afeição (vinda de afeto), é representado por um apego a alguém ou a alguma coisa, gerando carinho, saudade (quando distantes), confiança e intimidade. Em psicologia, o termo afetividade é utilizado para designar a suscetibilidade que o ser humano experimenta perante determinadas alterações que acontecem no mundo exterior ou em si próprio. A maneira como somos afetados pode diminuir ou aumentar a nossa vontade de agir. Suponhamos que você foi afetado pela picada de um inseto; provavelmente isso irá diminuir seu “carisma” por aquele até então inofensivo inseto e aumentar sua vontade de mata-lo. Logo, se você afeta aquele inseto com um simples abanar de mãos ele voará, mas se você o afeta com um insetiscida ele provavelmente morrerá. A maneira como somos afetados pode não só aumentar ou diminuir nossa vontade de agir, como também mudar a direção de nossas vidas. Agora subistitua o inseto por uma pessoa! Algumas me afetam, outras nem o vento provocado pelo simples abanar de suas mãos eu sinto. Daquelas pessoas que me afetaram e afetam, em algumas me apeguei, depositei confiança, conquistei confiança, ofertei carinho, me tornei intimo e, consequentemente tenho experimentado algumas mudanças. Mudanças de pensamento, mudanças de sentimentos... Mudanças que se misturam e se confundem, me confundem... E, em meio a confusão algumas certezas se vão, outras não! A certeza de que o teu afeto me afetou é fato, agora faça-me um favor... por favor...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Como dizia Clarice Lispector

"as vezes tenho períodos hiatos em minha vida..."

“Nada se explica
Nem um instante
Mesmo tão perto
Distante”

O meu mundo não é como o dos outros. Quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesmo compreendo. Com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que se sente distante apesar de tão perto. Traço rabiscos da vida ordinária em busca de uma constante aproximação, e às vezes me aproximo de ordinárias pessoas. Pessoas abstratas, pessoas que mesmo tão perto se fazem distantes. Os dedos entrelaçados, o abraço apertado, os lábios que ardentemente se tocam e, o pensamento vagando por entre becos escuros e desertos futuros. Estar perto de corpo e alma às vezes demanda tempo, um tempo que subentendemos que será preenchido por ladainhas e então preferimos encher os bares e ao invés de corpo e alma teremos copo e arma. Felizes os que escolhem o crime de burlar e desafiar quaisquer leis criadas para nos impedir de celebrar a nossa existência, de celebrar a amizade sincera e o amor. Felizes os que mesmo distante, tão perto...