quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Cine Café


Você sabia que o Prédio da Estação Ferroviária/Cine Café é um bem cultural tombado pelo município de Pará de Minas/MG? Particularmente confesso que eu não sabia disso e, só tomei conhecimento depois da triste notícia de que o Cine Café fechou as portas.

Quando recebi a notícia fui procurar saber o que nossa Secretaria de Cultura Municipal anda fazendo e descobri que o prédio que fica praticamente em frente ao Cine Café, onde funciona nossa Biblioteca Pública, um imóvel em estilo neoclássico que foi construído na década de 1920, por Torquato Alves de Almeida, para ser o Grande Hotel, e que, depois de breve funcionamento serviu a diversos usos até se transformar em 1993 na Casa da Cultura de Pará de Minas, abrigará o Teatro Municipal, com capacidade para 180 lugares.

A construção do Teatro Municipal me remeteu novamente ao Cine Café onde funcionava uma escola de teatro, provavelmente poucas pessoas saibam disso! Nessa escola poderíamos formar os melhores personagens que nos compõem e as peças que encenamos e aquelas que nos encerram em nosso roteiro imaginário, a nossa maneira improvisada de viver a vida.

O Cine me traz boas lembranças... lembranças de amizades que ali foram feitas durante os “showzinhos” que rolavam, amizades que se fortaleceram e duram até os dias de hoje.
Eu mesmo por diversas vezes vi o mundo inteiro acordar enquanto a gente ia dormir embriagados pelas doses e pelo rock and roll que habitualmente era feito por amigos de escola, por bandas de garagem e até por bandas profissionais em um palco de poucos metros quadrados, mas que era suficientemente grande para quem ali se expressava.

Se eu me sinto triste com as portas fechadas do Cine Café, imagino como devem estar se sentido Rita e Ivana, esta, funcionária que se dizia suspeita para falar do Cine e aquela, a empresária que “comandou” o Cine Café e que foi além de empresária, uma guerreira que lutou até o último momento para que o Cine não morresse. Morte provocada pela falta de incentivo cultural por parte dos governantes municipais, que sequer satisfação deram aos apelos lançados em prol do Cine Café.

Perdemos um espaço cultural que em breve se transformará em ruínas, um espaço para exposições de arte e cultura como um todo (pintura, literatura, musica, enfim...) e mais, perdemos a oportunidade de assistir a um bom filme, porque além do espaço cultural ali funcionava o único cinema com que a cidade contava.

De longe a situação cultural é a mais delicada: estamos entre o ruim e o pior ainda.

Aliás, a maioria ignora solenemente a existência ou necessidade de uma política cultural. Pior para todos!

Um comentário:

Unknown disse...

concordo em td vitu....os showzinhos que rolavam lá eram bom demaaaaaaaaaais...Quanta história pra contar....cada vez mais tem menos coisa pra se fazer nessa cidade...eu vou é fugir daki!!! bjuuuuuuuuuuu