terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"Nunca espere muito de uma pessoa, são das maiores expectativas que se tem as piores surpresas..."

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

...eu já estive mais feliz!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


não andávamos de mãos dadas
mas vivíamos em meio a carícias
as graças de um amor proibido
com um segredo raro entre as pernas
ela escrevia poemas pra mim
até que um dia
se sentindo sozinha
e com a alma machucada
de forma estúpida e assassina
com sua adorável delicadeza
ela pôs tudo a perder
deu fim a minha boemia
deu à minha mulher seus amantes
e a meus filhos seus cogumelos
hoje cambaleando pelas ruas
com um vestido rasgado
maior que seu próprio tamanho
ela vive amaldiçoada
por não mais acreditar no amor

terça-feira, 19 de outubro de 2010

meio doce, meio amargo
paisagens, precipícios
no silêncio dos ouvidos
fantasmas sussurram
cá, o tom é isso
lá, o tom é risco
gestos plácidos
corpos quietos
um vazio desmodulado
uma espera angustiada
por nada...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

vou com a roupa do corpo
com a mochila vazia
sem saber pra onde
e sem vontade de voltar
vou fazer "amigos"
na mesa de um bar
vou buscar abrigo
em outro lugar
vou fazer poesias
a beira mar
vou-me embora
pra não mais voltar
em busca da simplicidade
da cumplicidade e da verdade
que aqui não há
e seguirei sozinho
plantando rosas
e colhendo prosas...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Hoje, mais uma vez me lembrei de Clarice Lispector. Pois assim como ela, "tenho períodos-hiatos em minha vida..."

terça-feira, 21 de setembro de 2010

minh'alma pede calma
enquanto as outras batem palmas
não consigo respirar
e hoje? nada mais pode esperar
quisera eu ser alguém
alguém que não fosse ninguém
só quero parar, esperar e respirar
porque entender já não faz sentido
e para as outras que batem palmas
nada mais tem sentido
a alma já não tem calma
e a calma já se faz alma penada
em busca de um corpo
que desorientado bate palmas sem parar
alienadas e desorientadas as pessoas esquecem de amar
pobres de nós vivendo em meio a tamanha agonia
sem sintonia, sem conseguir parar para ao menos respirar
elas - as pessoas - não sabem mais o que é amar
só querem aproveitar e sem saber quem ganhou, comemorar
batem palmas até mesmo quando almas estão a sangrar
penso no que vai ficar...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010



estelionatário e milionário
não me preocupei e não hesitei
setenta vezes sete não perdoei
e ao contrário por sete vezes
em sete capitais eu pequei
com amor e poesia nunca me importei
por selvageria e putaria sempre implorei

hoje, mísero e solitário
me preocupo e hesito
em perdoar aqueles que me tem ofendido
arrependido amo a todos a quem fiz sofrer e
coleciono poesias de mendigos e bruxos

amanhã, após sete décadas e a morte
para um indigente louco e solitário
não restará sequer a angústia
da missa de sétimo dia

quisera eu poder voltar atrás...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

o cadáver da poesia...


olhos semi serrados como os de um sentinela fúnebre
uma pálida criatura que cultiva olheiras
meu corpo estéril já não alimenta mais as orgias emocionais
e hoje pouco importa as mentiras que contei
já não posso manter meus olhos abertos
vivo morto em uma cidade desconhecida
cheirando a pó de arroz e talco
acreditem mais na poesia enquanto há tempo
já não posso manter meus olhos abertos
um morto vivo em uma cidade desconhecida
em busca de arroz, feijão, poesia e palco

segunda-feira, 26 de julho de 2010


Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia
(Simplicidade - Pato Fu)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

30 anos sem Vinícus...




A morte
(Vinícius de Moraes)

A morte vem de longe
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
Virá para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada!
A desesperada
Do amor fratricida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida.


"Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!"


O Brasil perdeu Vinicius de Moraes em 9 de julho de 1980. Nascido em 1913, no Rio de Janeiro, Vinicius formou-se em direito, foi crítico, diplomata de carreira e poeta de alma, além de compositor. Há 30 anos o mundo perdia Vinícius de Moraes...

A sua benção poetinha!

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sangue! Sangue!
Sangue!

Chatterton, suicidou
Kurt Cobain, suicidou
Vargas, suicidou
Nietzsche, enlouqueceu
E eu!
Não vou nada bem
Não vou nada bem...

Chatterton, suicidou
Cléopatra, suicidou
Isocrates, suicidou
Goya, enlouqueceu
E eu!
Não vou nada bem...

Chatterton, suicidou
Marc-Antoine, suicidou
Van Gogh, suicidou
Schumann, enlouqueceu
E eu!
Puta que pariu!
Não vou nada bem...

(Chatterton - Seu Jorge)



"Chatterton suicidou. Kurt Cobain suicidou. Vince Van Gogh suicidou. Nietzsche enloqueceu. E eu, puta que pariu, nao vou nada bem". Canta Seu Jorge com sua voz grave enquanto repete um quadrado no baixo.

Kurt Cobain, Van Gogh e Nietzsche são conhecidos, mas quem é Chatterton? Você sabe?

Thomas Chatterton é um dos cadáveres mais famosos da história, nasceu na classe equivocada em 1752 e nunca conseguiu sair dela, viveu somente dezessete anos e comeu merda desde o momento que chegou até o que abandonou este mundo. Sua mãe cuidava de uma igreja em Bristol, seu pai morreu antes que ele nascesse.

Thomas foi mandado à escola para pobres de Bristol, onde se formou com escasso futuro aos catorze anos e começou a trabalhar para um copista da cidade, que não lhe pagava nem uma tostão: só recebia alojamento, comida e roupa velha, como todos os outros criados.

Nessas ásperas condições, o jovem, criativo qu era, inventou um monge medieval chamado Thomas Rowley, a quem adjudicou uma série de poemas, redigidos por ele mesmo, em estilo e caligrafia impecavelmente góticos, sobre uns pergaminhos que seu avô tinha encontrado acidentalmente nos sótãos da igreja que cuidava.

Graças a eles, o impetuoso Chatterton pôde deixar Bristol e chegar a Londres disposto a conquistar a cidade com sua pluma. Seis meses depois sua caseira encontrou o rapaz morto no sótão que alugava. O morto ainda não havia esfriado quando começaram a tecer a lenda.

Enquanto a população masculina reunida na taberna atribuía o suicídio à evidente insanidade do morto (coisa que permitia explicar todas as excentricidades de Chatterton, desde suas ameaças de se tornar maometano até suas falsificações medievais, seu bizarro gosto para se vestir e inclusive sua condição de vegetariano), as garotas do bordel asseguravam que o rapaz tinha morrido de fome porque o padeiro não teria aceito vender lhe fiado.

A madame afirmou que tinha ouvido ele soluçar durante toda a noite, enquanto seus passos podiam ser ouvidos indo de um lado ao outro do quarto. Uma vizinha que conseguiu acompanhar a polícia que forçou a porta disse que o cadáver jazia caído próximo a cama, com expressão angelical e rodeado de papéis rasgados em confete. E o boticário confessou compungido que à tarde anterior tinha vendido um pouco de arsênico e láudano ao rapaz.

Chatterton foi o primeiro caso de um poeta no qual importam menos seus versos que sua vida, e sua morte. Chatterton era o padrão pelo jovens em toda Europa mediam seu desespero. Juventude, poesia e alienação tornaram-se sinônimos e e começou uma verdadeira epidemia de suicídios...


Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

quarta-feira, 26 de maio de 2010

"Falo a língua dos loucos, porque não conheço a mórbida coerência dos lúcidos." (Luíz Fernando Veríssimo)

sábado, 17 de abril de 2010


desenho: Rafael Sica - Ordinário : http://rafaelsica.zip.net/

...estamos nos tornando fantoches da burocracia!

terça-feira, 6 de abril de 2010


talvez se eu não tivesse feito nada certo
se eu não tivesse ido pra aula
e com o mau-hálito matinal
com os cabelos despenteados
sem aquelas antigas maneiras de ser educado
eu tivesse beijado de olhos abertos
talvez se eu fosse um daqueles hippies sujos
que vendem miçangas e sorriem melhor que nós
se eu tivesse fumado um baseado
e baseado em poesias
não tivesse feito nada certo
talvez se eu tivesse fugido com o circo
teria dado tudo certo...

terça-feira, 2 de março de 2010

entre as pernas da menina
a poesia silenciosa de seus lábios
e o som de desvairados gemidos
sinto dilacerar as vísceras
embaraço de corpos
a liberdade é confusão
das drogas que provei
e das bocas que beijei
nenhuma me viciou
vá até o amanhã
e veja como eu já vou estar
vejo sexo a três
quando chegará a minha vez?
a mente profana
a ferramenta do demônio
incômoda sensação de abandono
invento amores nos quais não creio...