sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Fome Zero? um zero a esquerda!

_Ei tio me da um trocado? To com fome!
_Garçom dê a esse menino o que ele quiser comer.
O garçom olhou ressabiado para o pivete maltrapilho e mal cheiroso, com ar de desprezo e desconfiança.
_Ei garçom, vou pagar a refeição do garoto, será que não entendeu?!
_Sim Dr., me desculpe! Então garoto, o que vai querer comer?
_Uma quentinha ta bom moço.
_Uma quentinha? Você quer dizer uma refeição completa ou um prato feito, certo?!
O garoto cabisbaixo olhou pra mim sem saber o que responder.
_Faça assim garçom, acomode-o em uma mesa e sirva a ele de toda variedade que este restaurante ofereça.
_Mas Dr. o garoto não vai conseguir comer nem ¼ do que consta em nosso cardápio.
_A intenção é que ele ao menos um dia na vida tenha a mesa farta rapaz!
O garoto sentou-se em uma mesa no canto do restaurante e ficou olhando ora para o teto, ora para os arredores, admirado com a beleza do lugar e anestesiado pelo cheiro das saborosas comidas que provavelmente ele nunca havia comido. O garçom voltou acompanhado por mais três outros garçons e sobre a mesa colocaram várias travessas com os mais diversos tipos de comida. O garoto olhava para um lado e para o outro a minha procura e quando nossos olhares se cruzaram, ele com ar de espanto arregalou os olhos como quem perguntava: posso comer tudo? Um sorriso meu foi como um sinal de largada para que o garoto começasse a “devorar” sua refeição, que certamente seria a única do dia e provavelmente a última de um bom tempo. Fiquei ali a observar o garoto se deliciar e a estampar um sorriso sincero de satisfação no maltratado rosto. Quando ele terminou, levantou-se da cadeira e veio ao meu encontro.
_A comida estava gostosa garoto?
Ele apenas fez um sinal de positivo com a cabeça e em seguida disse:
_Tio, paga uma coca pra mim rotar?!
O garçom trouxe a coca-cola para o garoto, ele bebeu, agradeceu (_brigado tio!) e foi-se. Provavelmente arrotou assim que saiu do restaurante. Depois que ele se foi eu bebi duas cocas para tentar arrotar, colocar para fora a angústia que sentia quando pensava que aquele garoto me abordou porque SENTIA FOME!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

preciso de um tempo,

acordei dormi acordei e tornei a dormir
para voltar a acordar
ventilador despertador computador
conta lápis apontador apagador dor
biologia geologia sexologia
seno co-seno tangente
senso com gente tem gente
hora prazo agenda aprenda
soma subtração divisão multiplicação
um pedaço de pão um chão
um amor um tesão uma paixão
papel pedra tesoura vassoura
sol chuva vento lua
eu não te quero eu te quero mal
palhaço boneco de pano fadas
rua esquina avenida
poluição traição prostituição
mão contra mão
capa contra capa
louco puro descontente inocente
as vezes sóbrio habitualmente ébrio
minha mente mente pra toda essa gente

espaço





e s p a ç o




preciso de espaço

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Poema, por Fernando Dias

Poema é noite cheia de armagura.
Poema é a luz que brilha lá no céu.
Poema é ter saudade de alguém,
que a gente quer e que não vem.
Poema é um cantar de um passarinho,
que vive ao perder seu ninho,
é a esperança de o encontrar.
Poema é a solidão da madrugada,
um ébrio triste na calçada,
querendo a Lua namorar.
Poema é um cantar de um passarinho,
que vive ao perder seu ninho,
é a esperança de o encontrar.
Poema é a solidão da madrugada,
um ébrio triste na calçada,
querendo a Lua namorar.

seu nome não está nos livros



por sobre o muro eu disse:
_a sua benção vó?!
_Deus te abençoe meu filho!
uma manhã comum, se não fosse pelo perfume que senti no ar
ela estava a desabrochar
em meio a gotas de orvalho que escorriam-lhe pelo corpo
em uma manhã de sol preguiçoso
da jabuticabeira da vovó os pássaros assistiam
assistiam ao desabrochar de um novo amor
passei o dia a admirar a pureza daquela beleza
e a esperar o momento para poder tocá-la
os dias passaram e eu não tive coragem
ainda não me aproximei para ao menos perguntar seu nome
eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
e dentre as mil já me perguntei mais de mil
será que ela seria capaz de me amar como me segredo estou a amá-la?
assim como ontem e antes de ontem, hoje não consegui dormir
mas resolvi declarar o amor que em sonho vivi
_a sua benção vó?!
_Deus te abençoe meu filho!
uma manhã comum, se não fosse pela tristeza que senti no ar
ela não mais ali está
procurei por entre todos os jardins
encontrei suas pétalas murchas espalhadas por entre os jasmins
eu? alguns dias a protelar
ela? uma vida inteira a esperar
agora, ao invés da suave chuva que molhava suas pétalas
minhas lágrimas as encharcam
e elas estão murchas pelo tempo
tempo que perdi...
amor que perdi...

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Eras tu Capitu?

ela estava nua
mas não estava
envergonhada
a alma seminua
cumplice do corpo
fantoches ao som de the doors
em um vil cabaré
pensamentos turvos
regados a wisky
o nada a espera
em uma outra esquina
com sonhos monossilábicos
um círculo vicioso
fazendo do amor
um ato impuro
as unhas vermelhas
rasgam a carne
fingindo prazer
as espécies retribuem
o que eu queria ter
vinte e poucos anos
ela devia ter
vinte e poucos segundos
de prazer
um memorável pecado
sem testemunha

sábado, 22 de novembro de 2008

autógrafo de um amigo



“... e com a música posso
...posso no grito do silêncio,
ouvir minhas vozes
... minhas vozes melancoleiam
quando estou feliz
...minhas vozes brincam
quando a dor me alcança
... e me permitem esquecer quem sou
quando me encontro
... quando me encontro,
me encontro embriagado
... nessa modelagem do invisível
chamada “som”
(Ricardo Rodrigues)

Escola de Artes Cica, 21 de novembro de 2008, lançamento do cd “Tons” de Ricardo Rodrigues. Certamente uma noite que a muitos emocionou e sem dúvida somou ao cenário cultural de “Pará de Minas, cidade rainha, vestida de verde, do verde das serras doiradas de sol”.

Emocionado entrei na fila com um cd em mãos para ganhar um autógrafo, mas não era um autógrafo qualquer, tratava-se do autógrafo de um amigo, ou melhor, tratava-se do autógrafo da face humana da música. E mais, da oportunidade de compartilhar com a realização merecida do sonho de um amigo.

“Vitor, muito obrigado cara!!!
Espero que goste do meu jeito de fazer música.
Ricardo Rodrigues”


Durante o lançamento do cd, enquanto a música rolava eu lia os escritos daquele autógrafo e me perguntava: “_Tem como não gostar do jeito que Ricardo faz música?” Confesso que acho impossível! Eu não me lembro dele fazer outra coisa que não fosse música.

Zumira Celestina (bons tempos de rock and roll), Erudito Blues, Grupo Aluá, o Ricardo da Arte Nossa, o compositor Ricardo Rodrigues... Ricardo respira e transpira música. Despojado de ambição e abençoado pela simplicidade de fazer poesia ele modela o invisível som que nos embriaga. Feliz daquele que tem a oportunidade de conhecer e respirar músicas de qualidade como são as de Ricardo Rodrigues.
Sucesso sempre amigo!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A sua benção poetinha...

“Se eu tivesse, se eu tivesse muitos vícios
O meu nome deveria ser Vinicius
Se esses vícios fossem muito imorais
Eu seria o Vinicius de Moraes.”

Poeta e Diplomata
O branco mais preto
Que o Brasil já teve
A sua benção!


bem me quer... mal me quer...

bem me quer
mal me quer
um dia qualquer
um lugar qualquer
uma pessoa qualquer
por um motivo qualquer
mal me quer
bem me quer

em busca de nada...

pelo instinto sádico de sobrevivência
vivo a divina comédia humana
onde nada é eterno
sigo na contra mão
tento encontrar o que escreveram
nas linhas tortas de minha mão
que ligam nada a lugar nenhum
estou a reduzir minhas idéias em palavras
palavras escritas com borra de café e fé

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

saudade míope

com a boca cheia de flores
com a língua recém cortada
a rotina de não encontrá-la
formada em minha retina
confunde-se com dor

com a boca cheia de lama
com a língua fazendo drama
prefiro a rotina de levá-la
comigo pra cama

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

oremos,

conto de fadas
conto de lágrimas
dez para Maria
uma para José
1/3 das lágrimas
ainda vou contar
tomai todos e bebei
um porre do vinho
santo
que te permita
amar e perdoar
1/3 na garrafa restará
lágrimas em memória
de minha alma você contará
para os séculos dos séculos

Amém

terça-feira, 18 de novembro de 2008

psiquiatra artificial

nascida no corpo humano
a mente que mente
expande suas verdadeiras verdades
erguida do fluido turvo da paixão e da ignorância
transforma o poder tenebroso da profundidade
no puro álcool que embriaga a consciência
em troca da verdade
pedem minha sanidade
bulas de silêncio
eis a raiz da esquizofrenia
vestida com luvas descartáveis
decifrou as linhas das minhas mãos
me ensinou a não andar com os pés no chão
me ensinou a não calar quando se pensa
massagens em um ego ferido
pensamentos turvos e incompletos
troca do destino pelo desatino
vinho tinto, ervas e papoulas
poema e poesia seminua
deitados sobre o colchão sem cama
cobertos por rosas ao lençol
somos três: eu, minha psiquiatra e minha sombra
embriagados por risadas perecíveis

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

a (DeS)oRdEm Do(S) FaTo(ReS)

todos já estão acordados
tomam remédio para dormir
uma xícara de chá
e, três torradas
duas pra mim e duas pra ela
assim como 2 + 2 são 5
24 vogais e 5 consoantes
um analfabeto de números minúsculos
os dedos se despregam das mãos
são 5 para cada uma
porém somam um total de 20
vou escovar os dentes antes de acordar
minha idéia é uma bala perdida
um projétil sem projeto
; e ponto e vírgula

domingo, 16 de novembro de 2008

Ridicularização da música e da mulher.



“Tipo cinturinha fina
O popô GG gigante
Sou a Mulher Melancia
E rebolo a todo instante”

Dias atrás recebi o e-mail com o título “Ser Músico” que segue abaixo:

Imaginem: 'Festa social, todo mundo com copo de whisky na mão. Dois sujeitos conversam:
- Olá, tudo bem?
- Sim, e vc, como vai?
- Vou bem. Me disseram que vc é músico?
- Sim.
- Nossa, e que instrumento vc toca?
- Toco ZABUMBA.
- E toca em quais orquestras?
- Na OSESP e na OSUSP.
- Que beleza, hein? Deve ser cansativo, não?
- É o trabalho, né?
- Realmente, admiro vcs músicos, grande profissão essa. Até queria que meu filho fizesse música, mas o garoto não tem jeito, insiste que quer ser médico ou advogado.
- Ah, hoje em dia é assim, a garotada não tem jeito. Mas, e vc, o que faz da vida?Eu sou médico.
- Jura? Mas como assim?
- Trabalho no Hospital das Clínicas.
- Clínicas..., não conheço. E faz o que lá?
- Sou cardiologista.
- Mas vc tem um emprego não tem?
- Então, trabalho no hospital.
- Nas horas vagas?
- Não. Esse é o meu emprego.
- Mas ganha pra isso?
- Ganho sim, dá pra viver.
- E vc não estudou? Não quis saber de faculdade?
- Estudei, fiz faculdade de medicina.
- Ah, é? Não sabia que tinha. Que interessante. Sabe, eu fui médico amador quando era jovem, uma vez fiz até uma operação num rapaz que tinha sido atropelado. Usei uma flanela de carro pra estancar o sangue e uma faca pra abrir a barriga do rapaz e parar a hemorragia. Eu até gostava, mas não levava muito jeito pra coisa. E ai minha mãe até disse: 'Larga disso, garoto, vai estudar música'.
- É..., queria ter tido uma mãe assim."

Ao final do e-mail lia-se: “O engraçado é que o contrário não é ridículo.”
Tenho amigos músicos, músicos que cursaram uma faculdade de música e já presenciei a situação acima acontecer com eles! Um desses meus amigos uma vez me disse que ganhar dinheiro com música é fácil quando não se faz música! Reparem na estrofe daquilo que chamaram “música” transcrita acima, eu me pergunto: isso é música? Não, isso não é música! Isso não passa da ridicularização da música, ridicularização dos verdadeiros arquitetos da música e da ridicularização expressa da imagem feminina. Cantam "sou a mulher melancia", "sou cachorra", dentre outras. Impressiona-me o duelo travado atualmente pelas MULHERES FRUTAS, esses cd’s deveriam ser vendidos em mercadinhos de esquina, afinal, já temos mulher melancia, jaca, melão etc.

Industriasexualização!

Foto: David La Chapelle

"No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pau duro, mas eles não se lembrarão para que servem."

(Dr. Dráuzio Varella)


sábado, 15 de novembro de 2008

É,

Vago na vaga que surgiu em seu quarto.
Intimidades prostradas em cama emprestada.
Nostalgia das besteiras que fizemos ontem.
Melancolias e mercadorias.
Somos atores, impostores cheirando a pó de arroz e talco.
Presos a uma classe e a algumas roupas.
Para cobrar justiça nos cobram terno, camisa e gravata.
Ao capricorniano de 1983 chamaram Vitor.
Com alma inquieta e que sente saudade sabe-se lá de que.
Convivo com singelas pessoas, mendigos, bêbados e loucos aos poucos.
Eu, mesmo mentindo devo admitir.
Estou longe de ser pessimista, estou mais para exorcista.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sumo do prazer!

Eu não sabia direito quem era ela mas anotei no papel.
O vinho tinto escoria-lhe pelo queixo e suavemente umedecia-lhe os seios.
Em meio a uma tensão sexual inevitável brindávamos Ilustres frenquentadores de bordel.
A gente da o que não tem e recebe o que não são capazes de nos dar.
De mãos dadas, entrelaçando os dedos ela parecia uma atriz em progresso naquele vil cabaré.
Vinho tinto, poemas sobre ópio, sementes de um fruto podre, filhos sem mães.
Vagamos pelo mundo e de vez em quando nos damos as mãos.
Nosso erro é jurar amor de mãos dadas...
Biografias sem fatos e alguns ainda fazem o sinal da cruz.
Sigo na vida como cidadão de terceiro mundo em busca de sexo, amor e vertigem.
Em busca de que? Em busca de uma eterna e incessante busca de nada em lugar nenhum.
Busco o caos exterior e a paz interior. Busco contradições, sou contradição!
Eu quero ser capa mas antes quero experimentar a embriaguês de ser contra capa.
Quem é ela não importa e o importante é que isso não importa.
Os dedos que entre mãos se entrelaçaram perversamente tocam os corpos que nus se fazem uno e santo.
As almas se afastam e se acomodam em um canto qualquer, afinal todo pecado merece perdão.
Da fruta tiro a polpa da puta tiro a roupa.
Um cigarro e vários drinques.
O orgasmo é o sumo do prazer.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Cine Café


Você sabia que o Prédio da Estação Ferroviária/Cine Café é um bem cultural tombado pelo município de Pará de Minas/MG? Particularmente confesso que eu não sabia disso e, só tomei conhecimento depois da triste notícia de que o Cine Café fechou as portas.

Quando recebi a notícia fui procurar saber o que nossa Secretaria de Cultura Municipal anda fazendo e descobri que o prédio que fica praticamente em frente ao Cine Café, onde funciona nossa Biblioteca Pública, um imóvel em estilo neoclássico que foi construído na década de 1920, por Torquato Alves de Almeida, para ser o Grande Hotel, e que, depois de breve funcionamento serviu a diversos usos até se transformar em 1993 na Casa da Cultura de Pará de Minas, abrigará o Teatro Municipal, com capacidade para 180 lugares.

A construção do Teatro Municipal me remeteu novamente ao Cine Café onde funcionava uma escola de teatro, provavelmente poucas pessoas saibam disso! Nessa escola poderíamos formar os melhores personagens que nos compõem e as peças que encenamos e aquelas que nos encerram em nosso roteiro imaginário, a nossa maneira improvisada de viver a vida.

O Cine me traz boas lembranças... lembranças de amizades que ali foram feitas durante os “showzinhos” que rolavam, amizades que se fortaleceram e duram até os dias de hoje.
Eu mesmo por diversas vezes vi o mundo inteiro acordar enquanto a gente ia dormir embriagados pelas doses e pelo rock and roll que habitualmente era feito por amigos de escola, por bandas de garagem e até por bandas profissionais em um palco de poucos metros quadrados, mas que era suficientemente grande para quem ali se expressava.

Se eu me sinto triste com as portas fechadas do Cine Café, imagino como devem estar se sentido Rita e Ivana, esta, funcionária que se dizia suspeita para falar do Cine e aquela, a empresária que “comandou” o Cine Café e que foi além de empresária, uma guerreira que lutou até o último momento para que o Cine não morresse. Morte provocada pela falta de incentivo cultural por parte dos governantes municipais, que sequer satisfação deram aos apelos lançados em prol do Cine Café.

Perdemos um espaço cultural que em breve se transformará em ruínas, um espaço para exposições de arte e cultura como um todo (pintura, literatura, musica, enfim...) e mais, perdemos a oportunidade de assistir a um bom filme, porque além do espaço cultural ali funcionava o único cinema com que a cidade contava.

De longe a situação cultural é a mais delicada: estamos entre o ruim e o pior ainda.

Aliás, a maioria ignora solenemente a existência ou necessidade de uma política cultural. Pior para todos!

Aurora

A Aurora se outrora soubesses a hora
Teria eu me embriagado e por hora te amado
A Aurora se outrora soubesses que irias embora
Teria eu aproveitado intensamente as poucas horas
A Aurora se soubesse a falta que faz
Voltaria e não mais permitiria que eu sofresse
Como outrora sofro por ti Aurora
O mundo da voltas Aurora e eu embriagado
Pelo álcool que outrora me faz esquecer-te
Volto àquela hora em lembranças vomitadas Aurora
Quem é a mais bela?

A lua cheia, brilhando no céu

Ou essa sereia deitada em meu colo?

A razão me impede de falar a verdade

Minto dizendo que é a lua

Querendo pintar sereia nua

Num céu de noite estrelada

Brilhante paixão disvairada...

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Futuro

"Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima do muro
(...)
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não"
(Tempos Modernos, composição de Lulu Santos)
EU também vejo um futuro melhor, talvez não o veja a olho nu, mas com microscópio de esperança e de otimismo vejo um futuro do presente mais que perfeito. Ora, todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser, no tempo que quiser, conjuguemos então o verbo "ver" em um tempo que chamaremos de "futuro do presente mais que perfeito". Um tempo real (ao invés de verbal) em que veremos o presente se transformar em um futuro perfeito, em que veremos a transformação da presente procura pela cura do câncer e da AIDS em uma descoberta futura (e breve!). Um tempo em que veremos a falta de cultura se transformar na existência de uma política cultural. Um tempo em que a fome do povo não fique apenas em programas governamentais, mas sim, em um futuro breve a fome seja realmente zero, não é mesmo Presidente?! Quem dera o compositor dessa estrofe musical fosse LulA ao invés de LulU!
EU vejo sim um novo começo de era... Na minha cidade, por exemplo, nessa última eleição o Prefeito foi reeleito, mas a Câmara Municipal se renovou. Talvez de nada valha as modificações, isto é, os novos Vereadores eleitos, mas... é um novo começo! Talvez não seja de gente fina, elegante e sincera, mas já é um novo começo! Tomara que tenham habilidades pra dizer mais sim do que não. Mais sim ao combate a corrupção e a violência, mais sim a projetos de leis que tragam benefícios aos seus eleitores. Que tenham habilidade de dizer SIM ao incentivo a cultura, a educação e ao lazer!
Que tenhamos o dom de sempre enxergar um futuro do presente mais que perfeito e que tenhamos a fineza, a elegância e a sinceridade de lutar por esse futuro breve e melhor...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Pena de todos nós amantes constantes da poesia, pobres figuras descabeladas no centro do inverno seremos nós, perdidos nas ruas com bons poemas nos bolsos – mas quem os lerá?