encontros e desencontros
encantos e desencantos
pelos cantos ouvindo contos
nos contos encontro fadas
despidas pelos contos
se emprestam a fazer encantos
se prestam a desencantos
contos encantos encontros
cantos desencantos desencontros
nos cantos por onde andei
nos contos que criei
encontros marquei
desencontros provoquei
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
poesias em guardanapos...

Tive um repentino ímpeto de pular da cama, vestir a calça mais velha, calçar meu all star, entrar no primeiro boteco e dividir uma garrafa e meia de pura falta de sobriedade com alguns amigos. A necessidade de estar rodeado por pessoas despidas de preconceitos, despidas dessa caretice e, de tanta basbaquice, que transforma pessoas em horríveis carrancas cada vez menos humanas me consome. E foi com pessoas assim que me encontrei naquela noite, naquele primeiro boteco que entrei. Uma boa prosa, boas gargalhadas, pensamentos dispersos e sem compromisso de ser isso ou aquilo, uma poesia escrita por frases dispersas que brotavam do interior de cada um...
Aos meus amigos: Edna Mara, Gilmara, Viny, Fredec, Otávio e Mariana, a minha gratidão pelos versos dispersos em um guardanapo em meio à boemia de um domingo que ria da nossa ressaca.
sábado, 17 de janeiro de 2009
escreva um capítulo

...só escrevo quando quero e o que quero. eu escrevo minha história. eu e somente eu. sou livre pra criar meus personagens, meu roteiro imaginário. na minha história morre quem eu quero, vive quem eu quero e ressuscita quem eu quero, afinal de contas a história é minha. ontem mesmo escrevi uma história com vinte e tantos personagens. matei todos! me senti sozinho e ai ressuscitei todos eles. as vezes tentam editar minha história, se eu gostar, tudo bem! mas se eu não gostar, simplesmente apago, rasgo. na vida é assim. você, só e somente só você deve escrever sua história. ame quem quiser, apague quem quiser, durma quando quiser e com quem quiser, chore se quiser. mas cuidado com os personagens que você permite adentrar (as vezes e, na maioria das vezes, sem ser convidado) na sua história. as pessoas podem e vão (pelo menos tentar) editar sua história. sentem prazer em editar histórias alheias e esquecem da sua própria história. motivo pelo qual vivem depressivas, infelizes, pobres de espírito, sem cultura, amarradas ao passado. perdem tempo com a história dos outros e esquecem de escrever a sua própria história. e quando chegam no fim da história, seus livros estão cheios de capitulos incompletos, isso quando conseguiram escrever um capítulo de sua própria história...
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
um luar...
a lua que teima em se mostrar
feito prostituta iniciante estava lá
no alto do negro céu a iluminar
a provocar os meus mais aguçados instintos
eu, desejava apenas vinhos baratos
por uma ressaca fraterna
beijos que me tirassem o fôlego
carícias que me provocassem calafrios
uma mulher com quem eu pudesse acordar...
feito prostituta iniciante estava lá
no alto do negro céu a iluminar
a provocar os meus mais aguçados instintos
eu, desejava apenas vinhos baratos
por uma ressaca fraterna
beijos que me tirassem o fôlego
carícias que me provocassem calafrios
uma mulher com quem eu pudesse acordar...
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
vivo a esperar...
vivo...
vivo entregue a boemia
vivo a fazer poesia
a espera de um dia você voltar aos braços meus
vivo...
vivo das lembranças que guardei
da esperança que criei
das canções de amor que pra você cantei
várias...
várias bocas eu beijei
várias transas eu tramei
várias camas frequentei
pra esquecer que te amei
hoje...
vivo entregue a boemia
vivo a fazer poesia
a espera de um dia você voltar aos braços meus
olho...
olho as fotos que guardei
as lembranças que guardei
olho as rosas que plantei
a esperança que criei
olho os bares que frequentei
onde canções de amor por você cantei
e, vivo...
vivo entregue a boemia
vivo a fazer poesia
a espera de um dia você voltar aos braços meus
vivo entregue a boemia
vivo a fazer poesia
a espera de um dia você voltar aos braços meus
vivo...
vivo das lembranças que guardei
da esperança que criei
das canções de amor que pra você cantei
várias...
várias bocas eu beijei
várias transas eu tramei
várias camas frequentei
pra esquecer que te amei
hoje...
vivo entregue a boemia
vivo a fazer poesia
a espera de um dia você voltar aos braços meus
olho...
olho as fotos que guardei
as lembranças que guardei
olho as rosas que plantei
a esperança que criei
olho os bares que frequentei
onde canções de amor por você cantei
e, vivo...
vivo entregue a boemia
vivo a fazer poesia
a espera de um dia você voltar aos braços meus
Dom...
Ele recebeu o dom da dúvida, da incerteza e do questionamento. Não conseguia como muitas pessoas passar pelos dias sem se questionar. E de tanto questionar-se acabou entendendo. O grande desafio está em fazer ter sentido. Parece um círculo vicioso. Algo como a roda da vida que não tem fim. Assim é também a busca pelas respostas, pelo entendimento, pelo sentido. Nunca termina! Mas nem sempre foi assim... Ele costumava maldizer o dom, o mal-estar causado por ele, essa sensação constante de equívoco. Sua existência, mero acaso. Sensação ácida. Um dia ele entendeu que o mal-estar poderia levá-lo a algum lugar. Ele poderia buscar o antídoto. Por algum tempo procurou o antídoto da vida, não a morte como pode-se pensar, mas pelo não-sentir, não-viver, pois viver e sentir estavam tão impregnados de dúvidas que ele quase não conseguia respirar. Ele fez escolhas, trilhou caminhos longos apenas para chegar ao outro lado, descidas íngremes, estradas escuras e para seu espanto ao chegar... reconheceu o lugar, perto demais do local de partida. Consolava-se saber que não voltou sozinho, trouxe bagagem, alquimia necessária para transformar a maldição em dom e assim presentear a vida, não precisava mais do antídoto, já estava curado. Vivia.
domingo, 4 de janeiro de 2009
Trecho de A ARTE DE ANDAR NAS RUAS DO RIO DE JANEIRO
Augusto, o andarilho, cujo nome verdadeiro é Epifânio, mora num sobrado em cima de uma chapelaria feminina, na rua Sete de Setembro, no centro da cidade, e anda nas ruas o dia inteiro e parte da noite. Acredita que ao caminhar pensa melhor, encontra soluções para os problemas; solvitur ambulando, diz para seus botões.
No tempo em que trabalhava na companhia de águas e esgotos ele pensou em abandonar tudo para viver de escrever. Mas João, um amigo que havia publicado um livro de poesia e outro de contos e estava escrevendo um romance de seiscentas páginas, lhe disse que o verdadeiro escritor não devia viver do que escrevia, era obsceno, não se podia servir à arte e a Mammon ao mesmo tempo, portanto era melhor que Epifânio ganhasse o pão de cada dia na companhia de águas e esgotos, e escrevesse à noite. Seu amigo era casado com uma mulher que sofria dos rins, pai de um filho asmático e hospedeiro de uma sogra débil mental e mesmo assim cumpria suas obrigações para com a literatura. Augusto voltava para casa e não conseguia se livrar dos problemas da companhia de águas e esgotos; uma cidade grande gasta muita água e produz muito excremento. João dizia que havia um ônus a pagar pelo ideal artístico, pobreza, embriaguez, loucura, escárnio dos tolos, agressão dos invejosos, incompreensão dos amigos, solidão, fracasso. E provou que tinha razão morrendo de uma doença causada pelo cansaço e pela tristeza, antes de acabar seu romance de seiscentas páginas. Que a viúva jogou no lixo, junto com outros papéis velhos. O fracasso de João não tirou a coragem de Epifânio. Ao ganhar um prêmio numa das muitas loterias da cidade, pediu demissão da companhia de águas e esgotos para dedicar-se ao trabalho de escrever, e adotou o nome de Augusto.
Agora ele é escritor e andarilho. Assim, quando não está escrevendo - ou ensinando as putas a ler -, ele caminha pelas ruas. Dia e noite, anda nas ruas do Rio de Janeiro.
*Este conto está no livro Romance negro e outras histórias, de Rubem Fonseca.
No tempo em que trabalhava na companhia de águas e esgotos ele pensou em abandonar tudo para viver de escrever. Mas João, um amigo que havia publicado um livro de poesia e outro de contos e estava escrevendo um romance de seiscentas páginas, lhe disse que o verdadeiro escritor não devia viver do que escrevia, era obsceno, não se podia servir à arte e a Mammon ao mesmo tempo, portanto era melhor que Epifânio ganhasse o pão de cada dia na companhia de águas e esgotos, e escrevesse à noite. Seu amigo era casado com uma mulher que sofria dos rins, pai de um filho asmático e hospedeiro de uma sogra débil mental e mesmo assim cumpria suas obrigações para com a literatura. Augusto voltava para casa e não conseguia se livrar dos problemas da companhia de águas e esgotos; uma cidade grande gasta muita água e produz muito excremento. João dizia que havia um ônus a pagar pelo ideal artístico, pobreza, embriaguez, loucura, escárnio dos tolos, agressão dos invejosos, incompreensão dos amigos, solidão, fracasso. E provou que tinha razão morrendo de uma doença causada pelo cansaço e pela tristeza, antes de acabar seu romance de seiscentas páginas. Que a viúva jogou no lixo, junto com outros papéis velhos. O fracasso de João não tirou a coragem de Epifânio. Ao ganhar um prêmio numa das muitas loterias da cidade, pediu demissão da companhia de águas e esgotos para dedicar-se ao trabalho de escrever, e adotou o nome de Augusto.
Agora ele é escritor e andarilho. Assim, quando não está escrevendo - ou ensinando as putas a ler -, ele caminha pelas ruas. Dia e noite, anda nas ruas do Rio de Janeiro.
*Este conto está no livro Romance negro e outras histórias, de Rubem Fonseca.
sábado, 3 de janeiro de 2009
Noite de blues, vinho e amor.
No alto da serra
Perto de Deus
A observar estrelas
Vaga lumes a pairar
E a lua cheia a me namorar
Sentados em roda
Um blues de fundo a tocar
Música de contrabandista de vinho barato
Vinho chapinha, canção, o importante é inebriar-se
Em meio à prosa, poesia e boemia
Ela se pôs a dançar
Com os pés sobre as brasas da fogueira
Anestesiada pela embriagues não diagnosticável
Ela dizia querer me amar
Dizia querer um amor desprovido de sintomas
Um amor como aquele que por vezes me viu ofertar
Perto de Deus
A observar estrelas
Vaga lumes a pairar
E a lua cheia a me namorar
Sentados em roda
Um blues de fundo a tocar
Música de contrabandista de vinho barato
Vinho chapinha, canção, o importante é inebriar-se
Em meio à prosa, poesia e boemia
Ela se pôs a dançar
Com os pés sobre as brasas da fogueira
Anestesiada pela embriagues não diagnosticável
Ela dizia querer me amar
Dizia querer um amor desprovido de sintomas
Um amor como aquele que por vezes me viu ofertar
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